A Diocese da Guarda mantém em funções um dos padres que está a ser investigado após denúncia feita pela Comissão que investiga os abusos sexuais na Igreja. O pároco, que foi denunciado num dos testemunhos validados pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, continua a cumprir atividades religiosas em Figueira Castelo Rodrigo.
O padre em causa, suspeito de abuso sexual de menores, completa exatamente hoje 61 anos e exerce funções em cinco freguesias do município de Figueira Castelo Rodrigo, distrito da Guarda.
Os crimes de que é acusado ocorreram, alegadamente, há cerca de 30 anos quando era pároco na Vila do Carvalho, concelho da Covilhã, e orientador espiritual no Seminário do Fundão. Terá sido aqui que terá abusado sexualmente de um jovem de 12 anos que entretanto também se tornou padre. Tem agora 42 anos e foi ele que fez a denúncia validada pela A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.
O denunciante disse ter sido abusado a troco de poder entrar no seminário e, à comissão, terá falado noutras crianças que também terão sido chantageadas e abusadas pelo mesmo padre.
O suspeito, que vive em Figueira de Castelo Rodrigo, resguarda-se em silêncio, mas continua a cumprir as atividades religiosas.
Na vila, os fiéis da Igreja mantém-se leais ao padre com quem lidam há mais de 20 anos:
O caso está nas mãos do Ministério Público. No tribunal da Guarda o inquérito mantém-se aberto e encontra-se em segredo de Justiça.
Ainda assim, o bispo da Guarda tem decidido manter em atividade o pároco que está a ser investigado ao contrário do que fizeram dioceses como Vila Real e Évora em situações semelhantes.
Contactado pela SIC, o Bispo D. Manuel Felício não quis falar sobre o assunto. Remete para a nota publicada na página oficial da Diocese da Guarda na internet em que reafirma a “vontade de tudo fazer para que situações destas não voltem a acontecer e fomentar uma cultura de prevenção, cuidado e transparência com tolerância zero para qualquer tipo de abusos”.