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"Batiam na senhora porque gritava com dores": o relato de uma ex-utente do lar da Lourinhã

Além de Isabel Santos, que viveu no lar alguns anos, dois utentes denunciam à SIC falta de higiene e água fria.

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A direção do lar "Delicado Raminho", na Lourinhã, proibiu a SIC de ter acesso ao interior do lar. No entanto, alguns utentes denunciaram condições deploráveis à SIC. Este domingo, a SIC publicou uma reportagem

Não há frio nem chuva que afaste a determinação de um utente em denunciar o que se passa no lar "Delicado Raminho". Assim que soube que a SIC estava à porta, veio para as escadas exteriores da instituição para poder falar livremente ao telefone.

"O almoço não tem sabor, é palha autêntica. A alimentação é uma miséria".

Já outra utente, falou a partir do quarto, quando conseguiu ficar sozinha:

"Ela nem põe azeite na sopa, nem batata, nem cenouras. Não põe nada. A sopa é água".

Também ela se queixa de não conseguir fazer a higiene diária porque a caldeira está avariada:

"Já há seis dias que não temos água quente (...). Não há detergentes para se lavar a roupa. Elas lavam a roupa das camas, mas é só passar por água porque cheiram a chichi".

Isabel Santos viveu no lar em causa durante alguns anos. Diz que saiu por causa de agressões à idosa com quem partilhava o quarto.

"Ela tinha o corpo numa miséria. Tinha buracos. De noite batiam na senhora porque a senhora gritava com dores", contou.

Além de pagar uma mensalidade de mais de mil euros, Isabel diz que a comida era pouca e que raramente havia fruta. Vive agora sozinha. Queixa-se que a solidão, mas mesmo assim prefere estar só do que voltar para um lar.