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Câmara de Loures vai demolir casas precárias de sete famílias em Camarate

Habitações precárias foram construídas há cerca de três anos e servem de casa a sete famílias com crianças. Ainda não haverá solução para o realojamento.

Câmara de Loures vai demolir casas precárias de sete famílias em Camarate

A Câmara de Loures marcou para esta segunda-feira a demolição das habitações precárias de famílias, no bairro do Talude, em Camarate. Ao que a SIC apurou, a autarquia ainda não conseguiu arranjar alojamento para todas as famílias.

Em causa estão habitações precárias construídas há cerca de três anos e que servem de casa a sete famílias, com cinco crianças, dois recém-nascidos, um idoso e uma grávida. As famílias terão sido informadas na passada semana sobre as demolições.

No local, estavam presentes elementos da Polícia Municipal, PSP e Segurança Social.

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Quando lá chegaram, os moradores tentaram travar a passagem das máquinas e registam-se momentos de tensão com as autoridades, segundo adianta o repórter da SIC, Diogo Martins.

“Ninguém vive nestas condições por uma opção de vida”

À SIC, uma das habitantes falou na “situação complicada” que vive, admitindo que mal sai de casa com medo que as demolições sejam feitas quando está ausente.

Questionada sobre o motivo que a levou a construir uma habitação ali, confessou que “não tem para onde ir”, nem rendimento para o fazer, por estar desempregada.

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As associações Habita! e Stop Despejos estiveram esta segunda-feira de manhã no local a acompanhar a situação.

Em declarações à SIC, Maria João Costa, da Habita!, adiantou que ainda não há soluções para realojar as pessoas que ali vivem e que estas não têm mais nenhuma opção: “Ninguém vive nestas condições por uma opção de vida.”

“É a casa delas. E quando for abaixo, elas não têm mais nenhum sítio para ir. Estamos no inverno, é absolutamente desumano que isto aconteça”, afirmou.

A associação defendeu ainda que não é só a Câmara de Loures que tem de se responsabilizar pela situação, mas também a Segurança Social.

“Estas pessoas foram à Segurança Social, que é uma entidade do Estado, que também não encontrou solução. Não é só a Câmara de Loures, é o Estado em si que, legalmente, é o garante da habitação para estas pessoas.”