A urgência pediátrica do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, está a encerrar durante a noite e ao fim-de-semana desde quarta-feira.
Os utentes queixam-se desta decisão do Governo e da falta de condições. O chefe do serviço de pediatria do Hospital diz que esta situação vai ter consequências graves caso não se contratem mais médicos.
Em muitos casos, os pais chegam antes das abertura da urgência, para conseguirem que as crianças sejam as primeiras a serem vistas, mas têm esperado na rua, até que a urgência abra.
O chefe de pediatria do Hospital, Paulo Oom, diz que a urgência está no limite.
"Com a saída no último de vários pediatras... a certa altura a equipa ficou reduzida a metade daquilo que necessitava... e mesmo este esquema é um esquema exigente para os poucos pediatras que tem. Podemos nem sequer assegurar essas horas", refere o médico.
"É preciso contratar mais médicos"
“Esperemos que a qualquer momento possam entrar mais pediatras para o serviço e portanto tudo depende daquilo que vai acontecer. Aqueles que vão sair, aqueles que ainda vão entrar, para assegurar pelo menos o esquema atual”, explicou o Chefe de pediatria.
A Direção Executiva do SNS deverá apresentar, na terça-feira, o plano de reorganização das urgências pediátricas na região de Lisboa e para o chefe de Pediatria do Hospital Beatriz Ângelo este plano é urgente.
“Os polos que vão ficar abertos durante a noite terão de ser reforçados obviamente, ou seja, na região de Lisboa e margem sul, algumas vão funcionar 24h outras encerram no período noturno e os pediatras veem com bons olhos, porque eles próprios sentem que este esquema que está a ser alimentado não é possível de ser alimentado durante muito mais tempo”, concluiu o pediatra.
Também na semana passada, os chefes do serviço de urgência geral do Hospital Beatriz Ângelo demitiram-se devido à degradação das condições de trabalho.