Desde que lançou um portal para denúncias, em junho de 2022, a Universidade do Porto validou um total de 19 queixas. Destas, cinco estão relacionadas com situações de assédio moral ou sexual. Já foram abertos inquéritos aos casos, que estão agora a decorrer.
Os dados são da reitoria da Universidade do Porto, que adianta que criou, na mesma altura do lançamento do portal, uma comissão interna independente para tratar as denúncias.
Mas, para a Federação Académica do Porto (FAP) os casos que têm vindo a público são apenas a ponta do iceberg. Os estudantes defendem que ainda há muito a fazer para combater este problema, com relatos a surgir em Coimbra, Lisboa e também na Universidade do Minho.
“Tem surgido um conjunto grande de casos e uma vez mais isto demonstra que a realidade poderá ser pior do que aquela que está a ser apresentada, e mesmo transversal à Academia portuguesa, e por isso mesmo é preciso encarar o fenómeno de uma forma séria”, destaca Gabriela Cabilhas, presidente da FAP.
Assim, a FAP pede a criação de uma comissão nacional independente, que exclua elementos internos das instituições de ensino superior visadas nas denúncias, de forma a garantir a confidencialidade e o apoio necessários às vítimas.
Esta proposta de criação de um mecanismo nacional especializado de apoio, através de uma linha telefónica ou uma página na internet, foi feita há um ano
ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, mas segundo a FAP até então não teve qualquer resposta.