António Costa não deverá realizar uma remodelação ao Governo depois de terminados os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão pública da TAP. Tal só acontecerá se as audições dos governantes e ex-governantes revelem novas informações que possam comprometer a atuação do Governo.
Esta semana vão ser ouvidos na CPI o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes e o ministro das Finanças, Fernando Medina.
Segundo avança o Público, uma mudança no Governo iria colocar o primeiro-ministro numa situação de contradição. Se realizasse a remodelação depois da CPI – que provavelmente levaria ao afastamento de João Galamba do Ministério das Infraestruturas –, Costa estaria a ir contra o que tem vindo a defender, ou seja, que a atuação do ministro, da chefe de gabinete e dos serviços de informação foi legal.
Por outro lado, é sabido que António Costa não gosta de fazer remodelações nem de deixar cair ministros. Ao longo das duas legislaturas, o primeiro-ministro tem vindo a segurar governantes, mesmo perante polémicas e escândalos.
Ao Público, elementos do Governo explicam ainda que Costa vê na mudança de ministros um elevado “custo de aprendizagem”, que pode durar vários meses. É esse mesmo “custo de aprendizagem” que está, na opinião do primeiro-ministro, na origem das polémicas que têm vindo a envolver o Governo, nos últimos meses, e não o suposto “cansaço”, que Marcelo Rebelo de Sousa referiu numa entrevista dada ao jornal e à RTP.
A remodelação poderá acontecer num de três momentos: após a aprovação do Orçamento do Estado para 2024 (em novembro de 2023), antes do congresso do PS (previsto mara março de 2024) ou após as eleições europeias (junho de 2024).
As polémicas do Governo têm vindo a tornar-se cada vez mais ensurdecedoras. Nas celebrações do dia 10 de Junho, em Peso da Régua, João Galamba foi vaiado à chegada do evento. O próprio Presidente da República afirmou que o ministro das Infraestruturas não tem condições para se manter no cargo, mas António Costa recusou a demissão de Galamba.