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Líder do S.TO.P. acusado de usar descontentamento dos professores para criar novo partido

Ex-membro do Movimento Alternativa Socialista, André Pestana demitiu-se e virou-se contra um grupo do partido. Os que ainda pertencem ao MAS acusam o líder do S.TO.P. de querer uma carreira política embalada pela frustração à volta da escola pública.

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Há uma guerra interna no Movimento Alternativa Socialista. André Pestana anunciou a demissão e culpou um grupo de militantes pela saída. Fala mesmo numa ação destrutiva contra os "líderes históricos" do partido. Em resposta, o MAS acusa o líder do S.TO.P. de usar o descontentamento dos professores para criar um novo partido.

A saída de André Pestana pôs a nu os dois lados de uma barricada que há muito se manifestavam em surdina na direção do Movimento Alternativa Socialista, o partido que o líder do S.TO.P. ajudou a fundar.

Em comunicado, André Pestana diz que há quem queira destruir o grupo de líderes históricos, onde o próprio se inclui ao lado, entre outros, de Gil Garcia
também ele fundador do MAS candidato à câmara da amadora nas últimas autárquicas.

"(...) verifico hoje que um grupo lançou uma ação destrutiva contra a liderança histórica do partido e contra militantes que têm estado na primeira linha das grandes lutas laborais, o que me leva a concluir, com tristeza, que no momento atual, este já não é o espaço onde me sinto útil para lutar"

O principal rosto da luta dos professores garante que vai continuar a defender a escola pública num comunicado publicado no site. O partido lamentou a saída de André Pestana que atribui à tal ação destrutiva de um grupo interno.

Desse grupo fazem parte nomes como Renata Cambra, porta-voz do MAS, que esteve em destaque nas últimas legislativas. É uma dos seis signatários
de um comunicado que se assume como sendo da maioria e que acusa André Pestana de encabeçar um grupo minoritário de dirigentes que está a sequestrar os meios do MAS para criar um novo partido chamado MUDAR.

“(...) Este grupo de dirigentes passou por cima de todas as decisões tomadas pela direção do MAS (...) por ter visto reprovada a proposta de criação de um novo partido político (...) com o objetivo de canalizar o descontentamento dos profissionais da educação para uma votação massiva em André Pestana e assim mais facilmente alcançar a eleição de um deputado. (...) decidiram então, na madrugada do dia 1 de julho, retirar à maioria da direção do MAS o acesso às redes sociais, ao e-mail e ao site do Partido, assim como à conta bancária”, lê-se no comunicado.

Acusam André Pestana de ter ocultado os verdadeiros motivos políticos da demissão.

"Vemo-nos obrigados a esclarecer que André Pestana e Daniel Martins, o presidente do S.TO.P. e o seu braço direito, não representam a maioria do MAS (...) qualquer comunicação feita nas redes sociais, site ou email do MAS está ao serviço desta camarilha que tem apenas como projecto construir um novo partido"

André Pestana passou pela Juventude Comunista, em 1999 esteve na criação do Bloco de Esquerda até ajudar fundar o MAS, em 2013, partido do qual agora se desvincula e que deixa em estado de implosão.