Na Operação Picoas, terminou esta terça-feira os interrogatórios no Campus de Justiça, em Lisboa, que estão muito atrasados. Pelo segundo dia consecutivo, o juiz Carlos Alexandre teve de interromper várias vezes os interrogatórios para ouvir detidos noutros processos.
Os quatro arguidos da Operação Picoas estão detidos desde o final da semana passada e assim vão continuar, até que o juiz determine as medidas de coação, mas primeiro têm de ser todos interrogados, o que não tem sido fácil.
"O juiz Carlos Alexandre está de turno. Como está de turno, é o juiz mais afeto à resolução de problemas mais imediatos e rápidos. E por isso tem de interromper quando há um arguido preso, por via das 48 horas, por isso hoje, resultado de uma operação que foi feita ontem, teve de realizar uma diligência de manhã e esta ficou em suspenso", disse Pedro Marinho Falcão, advogado de Armando Pereira.
Interrogatórios a arguidos da rede de imigração ilegal foram motivo de atraso
Os interrogatórios aos seis arguidos da rede de imigração ilegal atrasaram para perto das 16:00 a continuação das perguntas ao contabilista Álvaro Loureiro, que começou a ser ouvido na segunda-feira.
Jéssica Antunes foi a primeira a ser ouvida pelo juiz. Já Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes vão ser os últimos a ser interrogados, estes que são os dois principais arguidos do processo que investiga um alegado desvio de 250 milhões de euros da Altice Portugal.
O fundador do grupo conta agora com mais um elemento na defesa: Magalhães e Silva, que é também advogado de Luís Filipe Vieira no processo Cartão Vermelho, outro inquérito liderado pelo procurador Rosário Teixeira.
Fernando Fonseca ainda não foi constituído arguido
O ex-presidente executivo da Altice, Alexandre Fonseca, continua sem ser constituído arguido neste processo apesar das suspeitas de receber vantagens indevidas na venda de imóveis e em contratos de prestação de serviços.
A atual CEO da Altice Portugal convocou os representantes dos trabalhadores para uma reunião. Comissão e sindicato dizem que Ana Figueiredo garantiu que a empresa não é autora de nenhum crime, mas que sai lesada deste processo. A presidente executiva da Altice terá ainda dado a garantia de que o processo não vai interferir em nada na dinâmica da empresa e que foi pedida uma auditoria externa.