João Gomes Cravinho garante que não tinha razões para não nomear Marco Capitão Ferreira secretário de Estado da Defesa, quando ainda tutelava esta pasta.
À CNN Portugal, o agora ministro dos Negócios Estrangeiros diz que o perfil de Capitão Ferreira era adequado para o cargo, sublinhando os vários anos de experiência na área.
"O perfil era exatamente o adequado. Uma pessoa que tem largos anos de experiência na área. Era a pessoa certa para aquelas funções", disse o ministro.
Gomes Cravinho e a atual ministra da Defesa, Helena Carreiras, são ouvidos esta sexta-feira no Parlamento numa audição conjunta sobre os casos que envolvem o ex-governante, arguido na operação Tempestade Perfeita.
O percurso de Marco Capitão Ferreira, ex-secretário de Estado da Defesa
Marco Capitão Ferreira foi responsável por várias empresas da Defesa com participação pública, antes de ser nomeado secretário de Estado: foi presidente da comissão liquidatária da Empordef e logo a seguir presidente do conselho de administração da IdD Portugal Defense. Em ambos os casos foi nomeado pelo ex-ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.
A ligação às industrias da Defesa começam em 2008, ano em que Marco Capitão Ferreira integrava o conselho diretivo da Empordef e onde regressava em 2019, nomeado pelo ex-ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.
O início do processo de dissolução e liquidação da Empordef é determinada em Conselho de Ministros em Junho de 2014, numa reunião liderada pelo então vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.
Helena Carreiras quer auditoria aos contratos de assessoria no Ministério da Defesa
A ministra da Defesa, Helena Carreiras, pediu uma auditoria aos contratos de assessoria no Ministério, na sequência dos casos que envolvem o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira.
Helena Carreiras disse, na CNN Portugal, que tomou esta decisão para garantir que as suspeitas tenham a resposta que devem ter. Prometeu ainda um substituto para Capitão Ferreira o mais breve possível.
A ministra da Defesa disse, terça-feira, que é preciso dar espaço para a justiça trabalhar, sobre os casos que envolvem o ex-governante Capitão Ferreira, arguido na operação Tempestade Perfeita, remetendo mais esclarecimentos para sexta-feira, no parlamento.
"O mais importante para mim é mesmo, por um lado, dar o espaço à justiça que tem que ter, não desvalorizar o facto de que a justiça tem que trabalhar com serenidade e com rigor, mas também chamar a atenção para iniciativas que visam prevenir a corrupção", afirmou Helena Carreiras, à margem de uma visita à Escola das Armas, em Mafra, onde vários jovens participam no programa 'Defesa + Jovem'.
A ministra da Defesa Nacional apelou para que se deixe à Inspeção Geral da Defesa Nacional, ao Tribunal de Contas, ao Ministério Público "essa outra dimensão de investigação e de apuramento de todos os factos".
A governante afirmou que tem "todas as condições para explicar aquilo que for necessário explicar", remetendo mais esclarecimentos para sexta-feira, quando for ouvida na Assembleia da República, em conjunto com o ex-ministro da tutela, João Gomes Cravinho.