País

Operação Picoas: interrogatório de Hernâni Vaz Antunes será retomado na segunda-feira

Hernâni Vaz Antunes terá garantido contratos de faturação de 660 milhões de euros com a Altice, através de várias empresas. O interrogatório começou na quinta-feira.

Loading...

O advogado de Hernâni Vaz Antunes afirma que o interrogatório vai ser retomado na próxima segunda-feira. Adianta também que o arguido oi transferido para a zona prisional da Polícia Judiciária, apenas para ter melhores condições.

Rui Patrício, advogado do braço direito de Armando Pereira, esclareceu, à saída do Campus de Justiça, em Lisboa, que o interrogatório foi interrompido por não existirem as “condições funcionais” necessárias, explicando que existem horários a cumprir e que os funcionários judiciais “têm os problemas que se sabem” - os funcionários judiciais têm realizado várias greves ao longo dos últimos meses.

Relativamente à transferência de Hernâni Vaz Antunes da sede do comando da PSP de Lisboa, em Moscavide, para o estabelecimento prisional junto à sede da Polícia Judiciária, o advogado disse apenas que isso aconteceu a pedido da defesa.

Segundo apurou a SIC, também Armando Pereira e Álvaro Gil Loureiro, outros dos detidos, também serão transferidos. Apenas Jéssica Antunes vai continuar detida nas instalações da PSP.

Operação Picoas foi desencadeada na passada semana

A operação Picoas, desencadeada a 13 de julho, levou a três detenções, entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP).

Hernâni Vaz Antunes foi o quarto arguido a ser detido, após entregar-se às autoridades dois dias depois.

Em causa nesta ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT) estão suspeitas de "viciação do processo decisório do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.

As autoridades consideram que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba "superior a 100 milhões de euros". Em 2 de junho de 2015, a Altice concluiu a compra da PT Portugal.