Marco Capitão Ferreira escreveu o convite e o caderno de encargos para o concurso público do Ministério da Defesa. O ex-secretário de Estado foi o vencedor e por cinco dias de trabalho recebeu mais de 60 mil euros. No Ministério decorre desde a semana passada uma auditoria da Inspeção-Geral da Defesa Nacional.
Marco Capitão Ferreira foi o autor das peças jurídicas apreendidas no processo Tempestade Perfeita, no âmbito do concurso público realizado pelo Ministério da Defesa, que o próprio venceu.
A informação é avançada pelo Correio da Manhã, mas foi confirmada pela SIC.
Os dados foram revelados numa troca de e-mails, no início de fevereiro de 2019, entre Paulo Branco, o funcionário e diretor da Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) Alberto Coelho, e Marco Capitão Ferreira.
O jornal Expresso avança que a suspeita terá sido lançada numa mensagem trocada na rede social Whatsapp entre os três arguidos.
Paulo Branco escreveu que Capitão Ferreira recebeu 50 mil euros para assessorar a negociação, quando existia um contrato com a sociedade de advogados, Sérvulo, e quando já se sabia que dias depois iria tomar posse como presidente das Indústrias de Defesa (IDD), numa nomeação do ministro João Gomes Cravinho.
O ex-secretário de estado foi inicialmente constituído arguido no processo Tempestade Perfeita, estando agora a ser investigado num processo autónomo.