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"Um carro em contramão": as críticas do PSD à entrevista de Costa

“Isto não é ser de esquerda nem de direita, isto é ser hipócrita”, diz o secretário-geral do PSD sobre a forma como o primeiro-ministro abordou os problemas do país. Os sociais-democratas dizem que Costa está “deslocado” da realidade.

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António Costa analisou os problemas da habitação, dos professores, da saúde e outras diversas questões, durante uma longa entrevista concedida à TVI/CNN Portugal. O PSD foi o primeiro partido a reagir às declarações, deixando duras críticas a um discurso “hipócrita” do Chefe de Governo.

O secretário-geral dos sociais-democratas, Hugo Soares, acusa o primeiro-ministro de estar “completamente perdido naquilo que são as suas opções políticas” e de “fazer tudo ao contrário do que toda a gente aconselha”.

“Mas depois vê as pessoas manifestarem-se na rua e diz que está ao lado delas. Isto não é ser de esquerda nem de direita, isto é ser hipócrita. Só lhe faltava pegar numa bandeira e ir para a rua manifestar-se contra o Governo”, diz Hugo Soares, que classificou Costa como “um carro em contramão na autoestrada”.

Há duas realidades: “a dos portugueses e a do PM”

O PSD acusa António Costa de hipocrisia, pela forma como tem tratado os problemas nacionais, e afirma que o Chefe de Governo parece “deslocado do país real”.

“[Portugal] é um país que tem problemas na educação, na habitação, na saúde. E o primeiro-ministro sobre isso nada tinha a dizer. Parece até descolado do país e das preocupações das pessoas. São coisas diferentes a realidade dos portugueses e a do PM".

Questionado sobre as críticas do primeiro-ministro à proposta do PSD de recuperação integral do tempo de serviço dos professores - Costa disse que era "insustentável para o país" -, o secretário-geral do PSD considera que ficaram "absolutamente claras" duas alternativas.

"Uma primeira, que é a do Governo, de desrespeito pelos professores, de não valorização da escola pública e que convive bem com mais de 90 mil alunos sem professor a uma disciplina no início do ano letivo", disse.

Do outro, contrapôs, está a alternativa do PSD "que fez uma escolha de assumir a valorização da escola pública" como prioridade e de "devolver autoridade e respeito pelos professores", mas "mantendo o respeito pelas contas certas", dizendo que o partido recusa receber lições do PS neste domínio.