O serviço de cirurgia na urgência do hospital de Santa Maria poderá sofrer constrangimentos devido à recusa dos médicos em fazer mais do que as 150 horas previstas na lei. Segundo o diretor clínico, Rui Tato Marinho, metade dos médicos e todos os internos (que estão a tirar a especialidade) do serviço de cirurgia apresentaram uma declaração de escusa às horas extraordinárias.
Em declarações à TSF, Rui Tato Marinho afirma que o serviço de cirurgia é o “único” do hospital em que a recusa em fazer horas extra tem “dimensão”. Há também alguns médicos noutros serviços que “terão metido esse papel de escusa às horas extraordinárias”.
O diretor reconhece que poderão existir constrangimentos na realização das escalas deste mês, mas que garante que “até agora, felizmente", estas dificuldades não atingiram a mesma “dimensão de outros hospitais” do país.
“Vamos ter dificuldade, se não se tomar outra medidas, em fazer as escalas de urgência durante o mês de outubro. Há pequenos constrangimentos talvez nesta semana e para a semana, em que não teremos tantos médicos como poderíamos ter, mas não sei”, avança Rui Tato Marinho.
O protesto contra a realização de horas extraordinárias além das 150 definidas na lei poderá ter impacto na realização de cirurgias no hospital de Santa Maria. Para acautelar a situação, administração e o serviço de cirurgia marcaram uma reunião para esta quarta-feira.
“Vamos ter um reunião onde poderemos resolver esta situação a contento de todos, mas está assegurado as escalas até dia 15 de outubro, portanto, para a primeira parte do mês de outubro”, acrescenta o diretor clínico.