O líder da Iniciativa Liberal (IL) considera que o país está cansado do que designa por “diversões desencontradas e troca de galhardetes entre órgãos de soberania”. Por isso, e porque é “preciso preservar as instituições”, a IL vai confrontar diretamente o primeiro-ministro António Costa.
Nas próximas horas, disse Rui Rocha, a IL vai enviar um conjunto de duas perguntas a António Costa sobre a reunião entre a procuradora-geral da república (PGR), Lucília Gago, e o chefe de Estado.
“Sugeriu ou não ao Presidente da República que chamasse a PGR [a Belém] e, em caso afirmativo, se sugeriu, qual era o propósito”, revelou o líder liberal sustentando ser necessário que Costa responda com clareza e sem pôr em causa o sigilo do Conselho de Estado em seu próprio interesse".
Aos jornalistas no Parlamento, Rui Rocha explicou que o “objetivo da IL” é parar com “atitudes pouco sensatas”, até porque, aproveitou, ”já bem basta o estado de degradação a que o PS conduziu o país noutras áreas".
"Ou o senhor primeiro-ministro aproveita esta oportunidade para esclarecer o que fez ou o que não fez ou então teremos que tomar como boa a versão do Presidente da República e de um conselheiro de estado", enfatizou.
A semana passada, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que se reuniu com a procuradora-geral da República no dia da demissão do primeiro-ministro a pedido de António Costa, referindo que o próprio chefe de Governo já tinha esclarecido isso.
Dois dias depois, António Costa afirmou não se recordar de ter falado publicamente sobre a sugestão de chamar ao Palácio de Belém a procuradora-geral da República e salientou que nunca transmite por heterónimos conversas com o Presidente da República.