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"Vamos ter saudades de alguns aspetos destes oito anos de governação de Costa"

Vitalino Canas, antigo porta-voz do Partido Socialista, considerou que estes oito anos de governação socialista “vão deixar alguma saudade aos portugueses” e realçou que é "importante viver uma situação de estabilidade no país".

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O Presidente da República oficializou, na noite desta quinta-feira, a demissão do Governo liderado por António Costa.

A Presidência da República anunciou, numa nota publicada na página oficial, que Marcelo Rebelo de Sousa “decretou nos termos da Constituição, a demissão do Governo, com efeitos a partir desta sexta-feira, 8 de dezembro”.

Depois de oito anos à frente do país, António Costa irá liderar um "Governo de gestão" até à tomada de posse do novo executivo, que sairá das eleições de março do próximo ano.

Na Edição da Noite, da SIC Notícias, Vitalino Canas, antigo porta-voz do Partido Socialista considerou que estes oito anos de governação socialista “vão deixar alguma saudade aos portugueses” e realçou que é "importante viver uma situação de estabilidade no país".

"Vamos ter saudades de alguns aspetos destes oito anos. Porque não vamos ter uma situação tão estável como aquela que tivemos ao longo destes anos. E uma situação de estabilidade é importante para vários aspetos, mesmo que existam falhas na governação. Acho que depois das eleições de 10 de março de 2024, vamos perceber que estabilidade é um valor que deve ser preservado", afirmou o Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros nos Governos de António Guterres.

Noutro ponto de vista, Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD, afirmou que este executivo não irá deixar saudades, referindo-se como um “Estado gordo e balofo, que consumiu os recursos de um país pequeno e periférico”.

"Temos que dar tempo aos portugueses para falarem e votarem, porque é assim que em democracia funciona. Saudades deste Governo? Não me deixam nenhumas. Infelizmente é um Estado gordo e balofo, que consome os recursos de um país pequeno e periférico. Por isso não deixará saudades", atirou o dirigente social-democrata.

Caso das gémeas: enfraquece São Bento e Belém?

O Presidente da República aproveitou ainda nesta noite de quinta-feira para difundir uma segunda mensagem no site oficial da Presidência, reafirmando "que não teve conhecimento de quaisquer diligências junto do Ministério da Saúde no caso das gémeas luso-brasileiras, após o envio do dossier para o Gabinete do Primeiro-Ministro a 31 de outubro de 2019”.

Pinto Luz defendeu que este polémico caso enfraquece as instituições e a democracia e alimenta os extremismos.

"Este caso enfraquece as instituições e a democracia e alimenta os extremos. Nós agentes da democracia temos que dar um passo ainda maior", contou.

O Governo chumbou as audições parlamentares da ex-ministra Marta Temido e o antigo secretário de Estado António Lacerda Sales para falarem sobre este assunto. Vitalino Canas defendeu que o executivo de António Costa deveria ter aberto uma exceção e não ter bloqueado as audições sobre este caso.

"Tendo em conta que se trata de uma situação de 'regime' com o Presidente da República e que está a preocupar os portugueses, acho que deveria ter havido uma exceção e não ter bloqueado as audições sobre este caso", reiterou.