Pedro Nuno Santos está confiante que sairá vencedor das eleições no Partido Socialista (PS), que se realizam esta sexta-feira e sábado. Quer também vencer as legislativas para colocar em marcha alguns projetos que considera que têm vindo a ser adiados, entre eles o novo aeroporto de Lisboa.
“Eu preferia que a decisão já tivesse tomada há décadas. Nós perdemos milhares de milhões de euros por não termos uma decisão", refere.
E, se chegar à liderança do Governo, Pedro Nuno Santos garante que a localização do novo aeroporto de Lisboa será a primeira decisão que vai tomar.
“Para além de muito importante não perdermos mais tempo, é também simbólico porque há uma certa cultura de arrastar os pés no país que nós temos que conseguir ultrapassar”, aponta, recorrendo à expressão popular do “mais vale feito do que perfeito”.
É também por isso que critica a decisão do PSD de criar um grupo de trabalho para analisar as conclusões da comissão técnica independente, argumentando que “é mais uma vez uma característica sistemática de uma parte do país de arrastar, de ter medo de decidir”.
Conta com António Costa?
À semelhança de José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos conta com António Costa para a campanha socialista, ao mesmo tempo que diz ter orgulho no trabalho que desenvolveu nas legislaturas que encabeçou.
Sobre a possibilidade de Costa integrar a lista para as europeias, o candidato socialista não fecha portas. Aliás, Pedro Nuno Santos não quer comprometer Costa e promete apoio em qualquer cargo que o ainda primeiro-ministro ambicione.
“Eu julgo que está muito nas mãos de do próprio António Costa ser aquilo que ele entenderá. Gostava de ver António Costa a ter uma participação na vida política, seja em que fórum for”, remata.
E será que conta com Galamba? Pedro Nuno Santos admite renovar uma parte da bancada socialista no Parlamento, mas não diz se vai ou não querer lá o ex-ministro das Infraestruturas. “Não estamos a fazer as listas ainda”, responde. O mesmo diz sobre Fernando Medina, ministro das Finanças, com uma pequena diferença: diz que não está a pensar na formação de um possível Governo, mas confessa que Medina é “um quadro muito importante”.
Em relação a possíveis coligações ou entendimentos com PCP e BE, lembra que a geringonça foi uma “experiência que funcionou” e da qual guarda uma “memória boa”. Não se manifesta sobre possíveis acordos com o Livre.
Devolver tempo de serviço aos professores é “exequível”
É uma das bandeiras de Pedro Nuno Santos: devolver o tempo de serviço aos professores. “Achamos que é uma obrigação do Estado português”, confirma, ao mesmo tempo que reafirma que a medida é “exequível”.
“Nós queremos compatibilizá-lo com as metas orçamentais com as quais estamos comprometidos e, por isso, nós temos que encontrar um faseamento que permita cumprir o objetivo da reposição integral do tempo que foi congelado", afirma.
TAP: é preciso abrir capital, mas sem pressa
Pedro Nuno Santos não guarda dissabores do dossiê da TAP, apesar de lhe ter custado a permanência no Governo. O ex-ministro das Infraestruturas tem, aliás, orgulho por ter deixado a empresa a lucrar.
"Houve episódios que não correram tão bem…claro que houve. Mas qual é a avaliação que nós fazemos? É uma empresa que, nos primeiros 9 meses deste ano já deu 200 milhões de euros de lucro. "
E continua:
“Eu tenho muito orgulho em ter conseguido deixar uma empresa que, sistematicamente, historicamente, era deficitária, a dar lucro. Neste dossier eu acho que não tenho nada a provar”, refere.
Por isso, considera que é “preciso abrir o capital da TAP”, mas que “não há pressa”. “Temos que preservar sempre a posição negocial do Estado português”, aponta.