Bernardo Ferrão, da SIC, considera "surpreendente" que só agora Miguel Albuquerque renuncie ao cargo de Presidente do Governo Regional da Madeira, na sequência das buscas. Na SIC Notícias, diz que o caso é um "enorme embaraço" para o PSD e que terá uma "difícil resolução política".
Para Bernardo Ferrão, "era claro" que Albuquerque tinha de se demitir, apenas ele "não percebeu ou não quis perceber". Para o diretor-adjunto de informação da SIC, foi "surpreendente" o chefe do executivo da Madeira manter-se no cargo alguns dias após as buscas na Madeira e mesmo depois de ter sido constituído arguido.
O Presidente do Governo Regional da Madeira vai renunciar ao cargo na sequência das buscas na Madeira, confirmou à SIC fonte da Aliança Democrática da Madeira. A Comissão Política do PSD Madeira reúne-se às 17:00, de urgência, para discutir o substituto de Albuquerque.
Miguel Albuquerque foi "completamente encostado à parede" pelo PAN e pelas moções de censura do Chega e do PS, aponta.
Quanto aos nomes em cima da mesa para o substituir, Bernardo Ferrão, baseado em fontes do PSD Madeira, indica que essa discussão já está a acontecer. Há um nome "muitas vezes falado", que é o de Pedro Coelho, autarca de Câmara de Lobos, que está nas listas do PSD nacional.
Além disso, há vários nomes que "saem das secretarias regionais" de Miguel Albuquerque: Jorge Carvalho, da Educação, mas que não reúne "total simpatia" por ter a tutela de rádios e jornais; Pedro Ramos, da Saúde; e Rafaela Fernandes, da Agricultura, que reúne "muito consenso político" por ter a "ficha política completamente limpa", por ser uma política ativa "há muito tempo" e uma boa parlamentar.
Na SIC Notícias, Bernardo Ferrão explica que a autonomia regional da Madeira é "complicada de ultrapassar" e "mal vista" porque o PSD nacional não se pode "intrometer". Isto é, o PSD nacional não pode deliberar nem mandar nas decisões do PSD da Madeira, um processo que é de "difícil gestão" para Luís Montenegro.
O caso do chefe do executivo da Madeira é "muito complicado" para Luís Montenegro, líder dos sociais-democratas, e para a campanha do PSD. Exemplo disso são os cartazes que o partido colocou na rua sobre corrupção. "Não podiam ter ido para a rua num pior momento", sublinha o jornalista da SIC.
"A forma como foi gerido o caso é de um enorme embaraço para a campanha do PSD nacional e terá uma difícil resolução polícia", diz Bernardo Ferrão, acrescentando que Miguel Albuquerque é um histórico do PSD.