O consumo de droga na Avenida de Ceuta, em Lisboa, está a provocar medo e insegurança na zona de Alcântara. As juntas de freguesia e as instituições que trabalham no terreno pedem medidas urgentes. A Câmara diz que está a trabalhar em novas salas de consumo assistido e a aguardar respostas do governo.
É visível a qualquer hora do dia, a pé ou de carro. A droga nunca deixou de existir, mas parece estar a aumentar
"É uma coisa bem presente. Nas calçadas vemos bastantes seringas e essas coisas jogadas no chão", diz uma jovem à SIC.
Quem estuda na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha chega a condicionar as próprias rotinas. Uma universitária conta que, assim que estaciona o carro, "pedem-lhe dinheiro" e, se não der, é ameaçada.
Apesar de não serem conhecidos episódios de assaltos ou de violência, quem habitualmente frequenta a Avenida de Ceuta diz ter medo.
Os autarcas de Alcântara e Campo de Ourique não têm dúvidas de que a droga e o tráfico passaram a estar mais presente no pós-pandemia.
"Mês após mês, tem-se verificado um aumento do consumo a céu aberto. Historicamente, esta zona é conhecida o conhecido Casal Ventoso. Neste momento, está a criar-se um novo Casal Ventoso no vale de Alcântara", diz Davide Amado, presidente da Junta de Freguesia de Alcântara.
Juntaram-se, por isso, a associações e instituições que trabalham no terreno e enviaram uma carta aberta à Câmara de Lisboa e ao Governo, que acusam de fazer pouco para melhorar a situação.
A Câmara rejeita a inação e garante ter os mesmos objetivos das juntas de freguesia.
Em dezembro, foi assinado um acordo com o ICAD, o Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências, para a ampliação da sala de consumo da Avenida de Ceuta e para a construção de uma nova sala na zona oriental da cidade.