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Constituição "é muito clara": PCP alerta para limites da liberdade de expressão

Paulo Raimundo sublinhou que não quer "dar centralidade" à polémica que envolve Aguiar-Branco, mas considerou que a questão está nos limites da liberdade de expressão.

Constituição "é muito clara": PCP alerta para limites da liberdade de expressão
HOMEM DE GOUVEIA

O secretário-geral do PCP considerou este sábado que o problema da liberdade de expressão é não se saber qual é o seu limite, numa referência à posição do presidente da Assembleia da República sobre as opiniões de deputados.

"Eu agora chego lá na próxima quarta-feira ao plenário, peço a palavra e digo o que me apetecer, sem limite. Não parece que seja um bom caminho", afirmou Paulo Raimundo, vincando que os deputados "tiveram de jurar cumprir e fazer cumprir a Constituição da República" e que esta "é muito clara".

Recorde-se que Aguiar-Branco considerou que não lhe compete censurar as posições ou opiniões de deputados, remetendo para o Ministério Público uma eventual responsabilização criminal do discurso parlamentar.

"Não queria menosprezar esse acontecimento, mas acho que ele deve ser colocado no devido sítio", disse Paulo Raimundo, lembrando que foi convocada uma conferência de líderes para abordar o caso e que o PCP lá estar para dar a sua opinião.

O secretário-geral dos comunistas sublinhou que não quer "dar centralidade" ao assunto, mas considerou que a questão está nos limites da liberdade de expressão.

"Livre expressão é livre expressão, agora a livre expressão não é um direito em si mesmo, não pode ser distanciado dos outros direitos consagrados na Constituição e há um que é muito evidente", disse, vincando que o problema decorre de não terem sido estabelecidos limites para a liberdade de expressão.

"Qual é o limite? Qual é o freio? Não há", concluiu.