O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) às eleições europeias, João Cotrim Figueiredo, considerou este sábado que, dentro da lei, as pessoas podem "dizer as patetices que quiserem", pedindo coerência no debate sobre a liberdade de expressão.
"Para nós, a liberdade de expressão é clara: as pessoas têm o direito, dentro dos termos da lei, de dizer as patetices que quiserem, como foi o caso das declarações que ontem [sexta-feira] ouvimos no parlamento, e o senhor Presidente da Assembleia da República faz bem em não se tornar censor dessas questões", disse.
O candidato liberal pediu coerência no debate sobre a liberdade de expressão, considerando que a questão levantada com a polémica "foi posta nuns termos em que não devia ter sido posta", defendendo que a coerência da IL quanto à liberdade de expressão "tem sido total, ao contrário do que aconteceu ontem [sexta-feira] ".
"Tivemos, da parte da manhã, partidos a dizer que se o Presidente da República não podia dizer coisas, e outros a dizer que o senhor Presidente da República tinha todo o direito, e depois da parte da tarde uns a dizer que um determinado partido não tinha o direito de dizer uma coisa, e esse partido a dizer que tinha esse direito", observou.
Questionado sobre se as declarações de André Ventura poderiam ou não configurar crime, João Cotrim Figueiredo referiu que não é jurista e não sabe "qual é a interpretação dos tribunais relativamente ao que constitui incentivo à violência", mas defendeu que esses pensamentos sejam conhecidos.
"Se não deixarmos que essas ideias sejam expressas, elas continuam a existir, só não estão é expressas. E eu pergunto: qual é a melhor maneira de as combater? Estando expressas e combatendo-as, ou deixando-as estar latentes e depois acordamos tarde demais?", questionou.
Posição que Rui Rocha, líder do partido, também defende.
“O que espero de um Presidente da Assembleia da República é que crie condições para os deputados falarem, não que os impeça”, disse.
Rui Rocha criticou a posição do líder da bancada do PSD sobre Aguiar-Branco. Hugo Soares terá dito que não subscrevia as declarações do Presidente da Assembleia da República sobre a liberdade de expressão dos deputados.
“Se o PSD não estiver disponível para a luta pela liberdade de expressão, nos cá estamos”, concluiu.
Com LUSA