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Filas e processos pendentes mantêm-se na AIMA, cenário repete-se em Lisboa e no Porto

Dezenas de imigrantes continuam à espera de respostas junto à porta da Agência para Integração, Migração e Asilo em Lisboa e no Porto. Querem resolver, de uma vez por todas, os processos de pedidos de residência mas queixam-se que ainda há falta de soluções.

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A longa fila junto à AIMA no Porto não deixa margem para dúvidas quanto à ansiedade dos imigrantes de terem os processos concluídos.

Márcia Nunes chegou às 22:00, pernoitou junto à porta, e até conseguiu o primeiro lugar mas não lhe serviu de muito. "Saí sem resposta. Eles só estão a regularizar quem fez manifestação até ao dia 30 de abril", explica Márcia.

E os problemas continuam. Quem espera desespera pelos longos atrasos e falta de informação. "Estou aqui hoje por causa da situação da minha nacionalidade. Pedi documentos, passaram dois anos e sete meses e ainda não recebi", desabafa uma imigrante russa.

"É o que se vê por aí. As pessoas sem atendimento, ao deus dará, sem documentos, sem o mínimo de finalidade", acrescenta um imigrante brasileiro.

Para tentar resolver estas situações, o Governo apresentou um novo plano para as migrações que destaca o fim das manifestações de interesse, uma regra que para alguns é bem-vinda.

"Para que as pessoas não venham para Portugal ilegalmente. Há muitas situações por todo o país de muitos imigrantes que não têm o contrato de trabalho e isso também causa muitas tensões e problemas sociais", comenta um português.

Junto à AIMA em Lisboa, a mesma medida é criticada. "Primeiro tem de fazer um contrato de trabalho para o que ele não sabe, sequer, se está qualificado para quela atividade", diz Ricardo Amaral, presidente da Associação de brasileiros em Portugal.

Preocupações que se estendem aos processos de reagrupamento familiar.

"Eu dirigi-me a uma instituição de apoio ao imigrante e eles é que fazem a marcação para o agendamento. Da parte da AIMA não tivemos nenhuma resposta", conta um imigrante angolano.

quase meio milhão de processos pendentes e apesar da atual falta de recursos humanos, o governo garante que serão todos regularizados.