Nos primeiros dias de maio, os imigrantes com entrada no país até ao dia 30 de abril que tinham apresentado a chamada manifestação de interesse começaram a ser notificados por e-mail para pagarem uma taxa obrigatória para regularizar o processo de residência.
O objetivo da Agência para as Migrações e Asilo (AIMA) era agilizar os muitos pedidos em lista de espera, mas o efeito imediato foi o oposto. Às portas da AIMA, em Lisboa e no Porto, formaram-se longas filas, dia e noite, com dezenas de migrantes que reclamavam pela ausência de explicações e, sobretudo, pela demora nos processos, que em alguns casos já duravam vários anos.
Sabe-se agora que, em pouco mais de um mês, foram processados 110 mil pedidos pendentes. Os dados da AIMA foram divulgados esta segunda-feira pelo Diário de Notícias Brasil, que adianta ainda que um terço dos que pagaram a taxa, o equivalente a 33 mil pessoas, são brasileiros.
Os 110 mil pedidos processados representam uma diminuição nos cerca de 400 mil processos herdados do antigo SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras). A notificação dos imigrantes aconteceu antes do fim da manifestação de interesse anunciada há duas semanas pelo atual governo.