Augusto Santos Silva, ex-presidente da Assembleia da República, faz duras críticas ao Ministério Público e à Procuradoria-Geral da República.
Em entrevista à Antena 1, reafirma que é urgente que a Procuradora-Geral da República (PGR) dê esclarecimentos sobre a Operação Influencer.
O ex-presidente da Assembleia da República considera que há muito por explicar ao país e, nesse sentido, enumera:
"Seja em sede parlamentar, seja em relação direta com a própria opinião pública, creio que é do mais elementar dever da senhora Procuradora-Geral informar o país do que se está a passar. Quais são as suspeitas que existem sobre o Dr. António Costa? Se não existem suspeitas fundamentadas, porque é que o caso ainda não foi arquivado? (...)".
Na mesma entrevista, acusa ainda o Ministério Público de montar um sistema de vigilância de governantes. E garante que "não tem medo seja do que for". Augusto Santos Silva é um dos visados das últimas escutas divulgadas.
"Eu não sei se há algum clima de medo na classe política. No meu caso particular, eu não tenho medo. Não tive medo no fascismo, muito menos tenho medo na democracia. Não tenho medo seja do que for. Acho muito bem que o Ministério Público tenha aberto uma investigação (...). É perfeitamente normal que o Ministério Público abra inquéritos e investigações. Essa é aliás uma competência exclusiva do Ministério Público. O que não é admissível é haver um cidadão que era membro de um Governo e que esteve quatro anos sob escuta porque isso já não é um sistema de vigilância montado", afirma.