País

Há cada vez mais alunos estrangeiros inscritos no ensino de português

Um exemplo dessa situação é o agrupamento de escolas Gil Vicente, em Lisboa, que tem alunos de mais de 64 nacionalidades, mas mais de 190 não falam português.

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Esta parede reflete bem a diversidade da escola secundária Gil Vicente, em Lisboa. É aqui que centenas de alunos param, para ver que horas são no país de origem e é também aqui que dão os primeiros passos na língua portuguesa e em tantas outras disciplinas.

A escola tem alunos de 64 nacionalidades e mais de 190 não falam português. As barreiras nem sempre são fáceis de ultrapassar, nem para os próprios alunos, nem para quem os ensina.

“É muito difícil um professor ensinar um aluno que não fala uma palavra de português ou que diz muito pouco de português, uma disciplina tão complexa como história mundial ou geografia é muito complexo e, portanto, há uma tentativa, há um esforço gigante por parte da classe dos professores que têm contacto com estes alunos, o que não se traduz necessariamente no sucesso automático”, explica Vânia Gago, professora do agrupamento de escolas Gil Vicente.

Injustiças que tem feito com que os professores criem estratégias para as tentar evitar. O projeto Sou Gil, aprovado pelo governo e implementado nesta escola, nasce daí. O ideal era que os alunos estrangeiros só fossem integrados nas turmas depois de passar por aqui, mas o projeto não chega a todos. 

“Só os alunos que estão em Portugal há menos de seis meses é que estão ao abrigo deste despacho e que deixa de fora todas as crianças que mesmo não falando português, não têm acesso a ter aulas de português”, diz Vânia Gago.  

Realidade que mostra bem o longo caminho que ainda é preciso fazer para dar resposta a todos os alunos que vêm de outros países e às famílias por isso, esta escola foi mais além. Durante a noite há também aulas de português para, por exemplo, os pais que se queiram inscrever. Já não há vagas até ao próximo ano.

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