A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) diz que a realização de uma greve geral no setor da saúde não está excluída. É a resposta ao descontentamento pelas propostas do Orçamento do Estado.
"As equipas estão reduzidas a mínimos. E tendo em conta o Orçamento do Estado, percebemos que não há medidas concretas para termos mais médicos e mais profissionais de saúde. É preciso fazer algo mais", afirmou em declarações à SIC.
Esta segunda-feira, a FNAM anunciou em comunicado que deu início a uma "luta conjunta com o setor da saúde na defesa da segurança dos doentes e do SNS".
De acordo com o comunicado, o Ministério da Saúde "tem-se limitado a negociações de fachada com os médicos e todo o setor da saúde. A escolha política de não negociar medidas essenciais para reforçar o SNS provoca dificuldades diárias no direito à saúde da população, devido à falta de médicos e demais profissionais de saúde".
Nesse sentido, a FNAM considera que os médicos foram forçados a endurecer as formas de contestação.
Entre as sugestões propostas pela FNAM para fixar mais médicos no Serviço Nacional de Saúde estão:
- a reposição da jornada de trabalho semanal de 35 horas;
- a reintegração dos médicos internos na carreira médica;
- a recuperação dos dias de férias.
"Além da luta conjunta com todo o setor da saúde, na defesa da segurança dos doentes e do SNS, mantemos disponíveis as declarações de declinação de responsabilidade funcional sempre que não estejam garantidas condições para o ato médico em segurança para os utentes e a declaração de indisponibilidade para trabalho suplementar além dos limites anuais legais. Mantemos também a greve ao trabalho suplementar nos Cuidados de Saúde Primários até ao final de 2024", revela a FNAM.