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Legalização e novas regras preocupam imigrantes no Alentejo

Na freguesia de São Teotónio, em Odemira, a Associação Solidariedade Imigrante tem um dos maiores centros de imigrantes sul-asiáticos do país. O presidente diz que na região do Alentejo estas pessoas são cada vez mais exploradas. 

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Para estes imigrantes a regularização parece estar cada vez mais longe. Principalmente para quem chegou há pouco tempo.

“Estamos a trabalhar, não há problema. Mas estamos ansiosos por causa da segurança e da legalização. Queremos ficar mais tempo, mas temos o problema da legalização”, disse Ganesh Guragain, imigrante.

Em junho, o Governo suspendeu as manifestações de interesse. Um procedimento que permitia a legalização no país de quem chegasse a Portugal com um visto de turismo, desde que tivesse 12 meses de descontos para a segurança social e para as finanças. Era com esse recurso que muitos destes imigrantes contavam e agora não sabem como poderão regularizar-se.

“Existem aqui muitas situações de imigrantes que estão desesperados que não têm marcações, porque vieram com visto de trabalho, não sabem se vão ter documento ou não, porque não sabem o que é o trabalho sazonal, o que é que isso representa para eles. Nós estamos no terreno, nós conhecemos a realidade da imigração em Portugal, sabemos que políticas são necessárias para a sua melhor integração, sabemos que Portugal precisa desta mão de obra, mas sabemos também que os imigrantes têm todo o direito e legitimidade de procurar uma vida melhor”, Timóteo Macedo, presidente da associação de solidariedade imigrante.

Na freguesia de São Teotónio, em Odemira, a Associação Solidariedade Imigrante tem um dos maiores centros de imigrantes sul-asiáticos do país. O presidente diz que na região do Alentejo estas pessoas são cada vez mais exploradas.

“Sabemos muito bem o que é este trabalho, o que é que os imigrantes aqui fazem e também da agricultura intensiva a crescer com a conivência do Governo, com situações dramáticas para as pessoas que aqui trabalham e que vivem em situações muito precárias e que a escravatura moderna está presente em algumas empresas no setor”, explica Timóteo Macedo.

Os desafios no litoral alentejano têm aumentado por causa da imigração. A língua é a principal dificuldade para quem chega e para quem recebe. As associações pedem agora maior valorização por parte do Governo.