Depois de, na terça-feira, ter dito que precisava de dedicar 70% do tempo aos problemas do INEM, a ministra da Saúde desvaloriza essas declarações. Ana Paula Martins reitera poder a uma das secretárias de Estado, alterando, assim, a delegação de competências do Ministério.
Uma ministra tem sempre grande parte do tempo ocupado e a ministra da Saúde assumiu agora uma pasta que lhe absorve a esmagadora maioria do tempo livre que ainda tinha.
Ana Paula Martins consegue acrescentar horas aos dias, mas a sobrecarga que assumiu quando chamou a si a gestão da crise do INEM pode ter-lhe tirado tempo para algumas das tarefas do quotidiano.
É a Secretária de Estado da Gestão da Saúde que fica com menos um dossier em mãos.
Cristina Vaz Tomé deixa de ter a tutela do INEM, mas mantém outras pastas, como a monitorização do Plano de Recuperação e Resiliência na área da saúde, as administrações regionais de saúde ou as Parcerias Público-Privadas.
A ministra da Saúde garante que a decisão de tirar o INEM da alçada de Cristina Vaz Tomé não é uma desautorização.
"É o reconhecimento que a matéria é de tal maneira importante, urgente e prioritária que o meu tempo no meu dia a dia tem de ser dedicado em mais de 70% em resolver os problemas do INEM", afirma.
Na orgânica do Ministério, há mais uma secretária de Estado. Em Ana Povo, a ministra delegou a tutela de entidades como a Direção-Geral da Saúde, o INFARMED ou o Instituto Português do Sangue.
Com a pasta do INEM em mãos, a ministra assume que precisa de resolver o mais rápido possível a carência de profissionais neste instituto. Se vai precisar de tomar mais medidas só o resultado das investigações em curso o dirá.