Ex-presidente, ex-primeiro ministro, fundador do Partido Socialista (PS) e considerado por muitos o pai da democracia em Portugal. Se fosse vivo, Mário Soares faria 100 anos, este sábado.
O seu legado vai além fronteiras. Foi pela mão de Mário Soares aos 61 anos que Portugal entrou na Comunidade Económica Europeia (CEE), atualmente União Europeia (UE), com a assinatura do então primeiro-ministro no Tratado de 1985 no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém.
O que viria a permitir a António Costa rumar a Bruxelas, 38 anos depois da adesão. Foi como Presidente do Conselho Europeu que António Costa veio homenagear o político socialista que faleceu em 2017.
Já Marcelo Rebelo de Sousa considera que a democracia é feita de avanços e recuos e lembrou o papel de Mário Soares na oposição ao Estado Novo.
Uma homenagem onde não faltaram ex-candidatos a Belém: um hipotético candidato às próximas presidenciais e um ex-presidente que não foi à sessão solene no Parlamento. Desta vez, Cavaco Silva foi e até ficou sentado ao lado do atual líder socialista.
O Primeiro-ministro não esteve presente, mas o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, diz que o papel de Mário Soares foi crucial na tentativa de golpe do 25 de novembro.
O Presidente da República condecorou o antigo chefe de Estado Mário Soares, a título póstumo, com o Grande Colar da Ordem de Camões, distinção honorífica que foi entregue aos seus filhos Isabel e João.
Marcelo Rebelo de Sousa que disse recentemente, relembrando os últimos oito anos de coabitação entre Belém e São bento, que os protagonistas - Presidente da República e ex-primeiro-ministro - eram felizes e não sabiam.
Questionado sobre a possível candidatura de António José Seguro à Presidência da República, António Costa escuda-se no cargo que agora ocupa em Bruxelas para não responder.
Já Marcelo Rebelo de Sousa foge para não ter que falar sobre o seu próximo sucessor.
Pedro Nuno Santos quer "honrar legado de Mário Soares"
O secretário-geral do PS quer honrar o legado de Mário Soares e alertou que a tarefa de "completar as liberdades todas", à qual o histórico socialista deu corpo, "ainda não está acabada".
Interrogado sobre se Mário Soares estaria orgulhoso do Partido Socialista atualmente sob a sua liderança, Pedro Nuno Santos respondeu: "Espero bem que sim. Esforçamo-nos por isso, para que ele tivesse orgulho no Partido Socialista, todos os militantes, espero bem que sim".
"Neste momento, aquilo que me interessa é ter o meu partido todo unido, honrar o legado de Mário Soares, a pensarmos em Portugal, em melhorar a vida dos portugueses. Aquilo que para mim é importante enquanto político e líder do Partido Socialista é que a tarefa de Mário Soares, que Mário Soares iniciou e à qual deu corpo, ainda não está acabada. Nós ainda temos de completar as liberdades, as liberdades todas, a liberdade de termos uma vida decente", sublinhou.
- Com Lusa