As máquinas da Câmara Municipal de Loures voltaram esta segunda-feira ao bairro do Talude, desta vez para limpar o terreno depois das demolições da semana passada. Cerca de 30 famílias estão a dormir em tendas ou em construções ainda mais precárias.
Continuam erguidas as alternativas que os moradores encontraram nos últimos dias: estruturas improvisadas, ou tendas, que rodeiam o que restou das construções precárias, para conseguirem passar as noites.
Os moradores que resistem vivem agora sem água, com pouca luz e formas muito limitadas de continuarem a rotina. Mesmo quem trabalha e recebe o ordenado mínimo, garante que os apoios concedidos pela Câmara de Loures são insuficientes.
"Tenho três filhos e deram-me um cartão de 75 euros para gastar e devolver no dia 31 de julho", conta à SIC uma das moradoras do Talude.
Apenas cinco famílias conseguiram encontrar casa
Uma semana depois da demolição de 55 casas ilegais, as máquinas voltaram ao Bairro do Talude, desta vez para limparem o entulho que ficou para trás.
Segundo os últimos dados divulgados pela autarquia, apenas 38 famílias foram atendidas nos serviços de ação social. 14 foram apoiadas, 10 recusaram as alternativas e cinco conseguiram encontrar uma casa, uma opção que tem sido um desafio para a maioria.
Para já, a Câmara de Loures ainda está a decidir se contesta ou não a decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa, que suspendeu as demolições.