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Carris abre inquérito interno e garante que será "intransigente" no apuramento das causas do acidente do Elevador da Glória

Pedro de Brito Bogas, presidente da Carris, anuncia a abertura de um inquérito e promete rigor no apuramento de responsabilidades pelo acidente do Elevador da Glória.

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Pedro de Brito Bogas, presidente da Carris, garante que as inspeções periódicas do Elevador da Glória ocorreram "sem qualquer falha" e reafirma que o plano de manutenção foi "escrupulosamente cumprido". Ainda assim, anuncia ainda a abertura de um inquérito interno e garante ser "intransigente" no apuramento das causas do descarrilamento.

Em conferência de imprensa, na sequência do grave acidente do Elevador da Glória, o presidente da Carris garante que o gabinete de apoio social está a dar "todo o apoio" a nível material e logístico e a colaborar com as entidades que estão a investigar o acidente.

Pedro de Brito Bogas anuncia a abertura de um inquérito interno, que vai contar com consultores externos.

"O diretor desta área da Carris é uma pessoa com 45 anos de casa. É diretor desta área há mais de 10 anos e temos muito técnicos da Carris que têm 30/40 anos de casa e que conhecem muito bem estes carros e ascensores. Estão perplexos com esta situação, por isso, estamos com todo o rigor a tentar apurar o que se passou. Se fosse algo muito evidente já teríamos apurado", afirma.

Quem faz a manutenção do Elevador da Glória?

O responsável esclarece que a manutenção do Elevador da Glória, gerido pela Carris, está externalizada desde 2007. Desde 2019 que é a MNTC, responsável pela Main, que está a assegurar a manutenção.

Em 2022, houve um concurso público e a mesma empresa apresentou a resposta vencedora.

Em 2025, acrescenta Pedro de Brito Bogas, a Carris lançou um novo concurso com a atualização do preço base (subiu de 995 mil euros para 1,2 milhões de euros). As propostas foram excluídas e foi celebrado um ajuste direto com a empresa de cinco meses até ser lançado um novo concurso público.

"O aumento de custos tem de acompanhar as necessidades da manutenção", justifica.

Inspeções periódicas "sem qualquer falha"

Na conferência de imprensa, diz que as inspeções periódicas do elevador que liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara ocorreram "sem qualquer falha" e que as inspeções diárias foram "devidamente registadas" e reafirma que o plano de manutenção foi "escrupulosamente cumprido".

Pedro de Brito Bogas lembra que todos os ascensores foram suspensos para serem sujeitos a "rigorosa" inspeção técnica por uma entidade externa nos próximos dias.

O Elevador da Glória foi alvo de inspeção horas antes do acidente. O presidente da Carris acredita que terá sido bem efetuada, mas diz que só o inquérito o irá apurar.

Após o acidente, vai ser feita inspeção extraordinária nos dois outros ascensores - Lavra e Bica. O funicular da Bica tem " algumas exigências especiais", acrescenta.

Investimento na manutenção

De acordo com o presidente da empresa, entre 2015 e 2025, os custos da manutenção na Carris mais do que duplicaram, quer nos elétricos quer nos autocarros. Desde 2022, aumentaram 25%.

"A segurança é uma prioridade absoluta da Carris há 152 anos. Seremos intransigentes no apuramento das causas do acidente", frisa.

Pedro de Brito Bogas diz que está prevista uma remotorização dos elétricos entre 2025 e 2028, acrescentando que a sinistralidade com o modo elétrico "baixou significativamente" nos últimos anos.