A investigação da Polícia Judiciária a João Rendeiro vai continuar. De acordo com o Jornal de Notícias, a PJ quer encontrar o dinheiro que o antigo banqueiro tinha em vários bancos em paraísos fiscais. Todos os valores encontrados serão alvo de arresto preventivo.
O caso do Banco Privado Português não termina com a morte de João Rendeiro na prisão de Westville, em Durban, na África do Sul.
O antigo banqueiro tinha sido condenado em três processos, no total a 19 anos de prisão efetiva.
Em causa estavam crimes como falsificação de documento, fraude fiscal, branqueamento de capitais ou burla qualificada.
A investigação da Polícia Judiciária tem por objetivo recuperar todo o património que o ex-banqueiro tentou esconder ou desviar da justiça.
Na mira da PJ estão os imóveis que passaram para o nome de familiares do ex-motorista da família, contas em bancos portugueses e ativos financeiros em paraísos fiscais. O Jornal de Notícias avança que há pelo menos seis offshores em nome de João Rendeiro.
Através da cooperação internacional, as autoridades portuguesas deverão pedir informação sobre os valores que se encontram nessas contas.
De acordo com o JN, ainda antes do colapso do BPP em 2010, João Rendeiro terá escondido, num único paraíso fiscal, 7 milhões de euros.
Todos os valores que forem encontrados em offshores serão alvo de arresto preventivo e transferidos para Portugal por ordem Judicial.
Com a morte do antigo banqueiro fica apenas extinta a responsabilidade penal de João Rendeiro. Os processos prosseguem para os outros ex-administradores do banco, Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital.
Também a mulher de Rendeiro, arguida na investigação “D’arte asas” terá de responder judicialmente.
Maria de Jesus Rendeiro encontra-se em prisão domiciliária numa casa na Quinta Patino desde novembro do ano passado.
Está a ser investigada pelo desaparecimento das obras de arte que foram apreendidas ao marido das quais era a fiel depositária. Sobre ela recaem os crimes de descaminho, desobediência, branqueamento de capitais e falsificação de documento.
Também os negócios realizados com o ex-motorista e o pai, Florêncio de Almeida, presidente da associação de taxistas continuarão a ser investigados.
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