Filho de pais emigrantes, nasceu em França, mas regressou a Portugal ainda em criança, para viver com os avós em Trancoso. “Naquele tempo, só ouvia os relatos do Benfica na rádio e, de vez em quando, conseguia ver um jogo na televisão.”
O candidato à presidência do Benfica, nas eleições marcadas para 25 de outubro, admite que só entrou no Estádio da Luz quando já estudava Direito na Universidade Lusíada. “Não havia dinheiro para comprar bilhetes, mas conheci colegas que tinham formas criativas de entrar no estádio e foi com eles que comecei a ir.”
Cristóvão Carvalho emociona-se ao recordar esse período da sua vida. “Para eu poder estar em Lisboa, a estudar numa universidade privada, os meus pais fizeram muitos sacrifícios. Vieram de França, construíram a sua casa e tinham um negócio que não corria bem. Lembro-me de o meu pai ter os sapatos rotos para que eu pudesse estudar. Devo-lhes muito.”
Num percurso feito a pulso, o agora advogado não esconde as suas ambições para o Benfica e garante que quer estar rodeado dos melhores. “Comigo, Bruno Lage não fica para lá do contrato [termina no final da época]. Preciso de um treinador de nível de excelência, que já tenha conquistado a Champions e que queira ganhar uma Champions no Benfica. Só há um nome na minha cabeça: Jürgen Klopp.”
O treinador alemão deixou o Liverpool e atualmente é diretor da Red Bull para o futebol. Cristóvão Carvalho acredita que conseguiria convencê-lo a voltar ao ativo. “Ele chegou a dizer que o Benfica é um grande clube que um dia gostaria de treinar. Alguém que afirma isto tem algo mais do que os outros para estar no clube.”
O futebol é o ponto de partida nestas conversas sem fronteiras ou destino agendado. Todas as semanas, sempre à quinta-feira, Luís Aguilar entra em campo com um convidado diferente. O jogo começa agora porque Ontem Já Era Tarde.