Estão sempre disponíveis, ouvem sem julgar, respondem com empatia treinada a partir de milhões de dados. Prometem ajudar a lidar com a ansiedade, a tristeza, o stress ou a solidão. São "chatbots" desenhados para simular o papel de um psicólogo. Mas será que ajudam mesmo? Que vantagens e que riscos trazem?
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Conversas com máquinas: que papel podem ter os “chatbots” na saúde mental?
Numa altura em que proliferam robôs conversacionais que prometem “apoio psicológico e emocional permanente”, é fundamental analisar os riscos e benefícios destes “chatbots”. Miguel Ricou, presidente do Conselho de Especialidade de Psicologia Clínica e da Saúde da Ordem dos Psicólogos, e Francisco Valente Gonçalves, psicólogo clínico e diretor de uma plataforma que está a desenvolver um agente virtual para apoio psicológico, ajudam a fazer essa análise
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