O tópico do conflito entre a Rússia e a Ucrânia reúne alguma dissonância entre Mariana Mortágua e Adolfo Mesquita Nunes. No entanto, relativamente à anulação dos votos dos eleitores emigrantes nas legislativas, os comentadores apontam responsabilidades e falhas ao sistema.
A tensão entre a Rússia e a Ucrânia
Mariana Mortágua começa por referir que “a solução não pode ser militar” na Ucrânia pois “a solução militar é o conflito em si”.
“[Vladimir] Putin é um criminoso, um oligarca e um autocrata, e tem suprimido a democracia na Rússia, mas também não são os Estados Unidos que vão estabelecer a democracia na Rússia, e também não é Putin que vai acabar com a política hegemónica e imperialista que os Estados Unidos têm tido”, acrescenta.
A bloquista refere ainda que “não estamos num filme de James Bond, não há vilões, nem heróis”.
“O que está em causa para a Rússia é a segurança do seu espaço e da sua fronteira”, diz, pelo facto de a Ucrânia querer pertencer à NATO, e a NATO querer exercer poderio militar no Leste da Europa.
Mariana Mortágua diz que “a NATO não esconde a animosidade contra a Rússia” e que “Putin vê nesta ameaça da NATO uma forma de se autolegitimar e de manter o seu regime”.
Já Adolfo Mesquita Nunes discorda, referindo que, “se a Ucrânia quer aderir à NATO, que é uma aliança defensiva”, tal não deverá ser problema, pois “os países aderem à NATO porque entendem haver utilidade num espaço de proteção”.
“Quem destaca homens e faz treinos é a Rússia”, diz, acrescentando que os Estados Unidos têm vindo a mostrar uma política diferente, com as retiradas “do Iraque e do Afeganistão, querendo-se dedicar à política Interna”. “Desde [Barack] Obama que o centro da política norte-americana é a Ásia”.
O ex-centrista acusa ainda Moscovo de “desinformação, propaganda, fake news, financiamento de economias, ciberataques, chantagens energéticas, envenenamentos, mortes, prisões e apoios financeiros a partidos de extrema-Direita”.
Anulação dos votos dos emigrantes
Mesquita Nunes, no tópico da anulação de votos dos emigrantes nas legislativas de 30 de janeiro, refere que “a lei permite este entendimento, e a culpa, desde logo, é de quem mantém a lei como está” e de quem organiza o processo eleitoral.
“É apenas mais um desrespeito pelo voto dos emigrantes”, continua, destacando que “o Presidente da República ouviu os partidos sobre os resultados das eleições antes do voto dos emigrantes estarem contados”.
Por fim, Mariana Mortágua caracteriza como uma “grande trapalhada com responsabilidades partilhadas”.