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“Faroeste digital”: pornografia e violência estão a desaparecer dos feeds dos adolescentes no Reino Unido

As novas regras de segurança online no Reino Unido estão a transformar a experiência digital dos jovens e os primeiros resultados já se fazem sentir. Um mês após a entrada em vigor, os algoritmos parecem estar "controlados" e os conteúdos impróprios, como pornografia e violência, estão a desaparecer dos feeds dos adolescentes.

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Aos 15 anos, Ryan admite que, quando navegava na internet, parava muitas vezes em conteúdos violentos. Liam de 16 conta como tinha o feed do Instagram cheio de conteúdos sobre distúrbios alimentares. Abbey e Indie falam de conteúdos impróprios, com imagens e textos demasiado explícitos.

Esta era a realidade de um grupo de adolescentes britânicos que aceitou fazer um antes e depois da lei que responsabiliza os gigantes tecnológicos das redes sociais pela segurança dos mais novos.

Indie, de 17 anos, diz que finalmente consegue navegar nas redes sociais "sem medo do que vai aparecer". As novas regras obrigam plataformas como Instagram e TikTok a aplicar verificações de idade e a ajustar os seus algoritmos para evitar a exposição de menores a conteúdos nocivos, como pornografia, violência e distúrbios alimentares.

"Costumava ver esse tipo de conteúdo a cada poucos scrolls. Agora, praticamente desapareceu."

As diferenças são muitas, mas nem tudo é perfeito. Um teste da Molly Rose Foundation revelou que ainda é possível encontrar conteúdos relacionados com automutilação e suicídio em contas de adolescentes nas redes sociais.

O governo britânico insiste que a legislação está a cumprir o seu propósito: proteger os mais jovens num ambiente digital que era descrito como um "autêntico faroeste".

Muitos defendem que a sensação de segurança ao navegar online está a aumentar e os conteúdos perturbadores estão a tornar-se menos frequentes. Mas também há críticas à legislação e mais de mais de meio milhão de pessoas já assinou uma petição que pede a revogação da lei.