Por aquela altura, reinava Filipe II, entre 450 a 600 quilos de gelo viajavam todos os dias para a capital, depois de a neve ser guardada em poços, onde não batia o sol.
Era depois cortada, no Covão da Ametade, junto aos cântaros da Serra da Estrela, em Manteigas, e iniciava-se a viagem, regulamentada por contrato leonino, para que não faltasse água fresca a suas altezas reais. E já se deitavam corantes na neve para os primeiros gelados…
Última curiosidade, o gelo seguia para um armazém, conhecido pelo Martinho das Neves, onde viria a instalar-se o famoso Martinho da Arcada. E foi no café de eleição de Fernando Pessoa, que podiam tomar-se neves ou saborear sorvetes, como Eça recorda no “Primo Basílio”.
A recuperação da viagem, já realizada em 2021 numa ideia alimentada pelo professor Carvalho Rodrigues, acontece entre os dias 18 e 20 deste mês e esclarecerá as dúvidas sobre como o gelo chegava a Lisboa há 400 anos.
O percurso, que será percorrido por mais de três dezenas de veículos todo-o-terreno, é aproximado do original e ligará Manteigas a Lisboa, com uma viagem em canoas do Tejo, entre Alcochete e a capital.
A Jeep traz o seu novo Compass a Portugal, expressamente, para a iniciativa da qual é patrocinadora e que conta com a colaboração da Comunidade Intermunicipal Região Beiras e Serra da Estrela, Marinha do Tejo e câmaras de Alcochete e Lisboa.
