Saúde e Bem-estar

Entrevista SIC Notícias

Infeções respiratórias: “Doentes sem febre não devem ir às urgências”

Pneumologista explica que grande parte das infeções respiratórias registadas nesta época são "banais", isto é, constipações que se manifestam através de sintomas como nariz obstruído e sensação de arranhar na garganta. Por isso, apela a que se evitem deslocações desnecessárias às urgências.

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O pneumologista Agostinho Marques explica, em entrevista à SIC Notícias, que a maioria das infeções respiratórias que ocorrem no inverno são “banais”, constipações tipicamente sem febre e que não devem, por isso, levar os doentes às urgências.

“Acontece todos os anos. O inverno impõe-se e nesta altura há um grande surto de doenças respiratórias. Ainda sem impacto nos internamentos, porque não é uma onda de gripe ou covid, mas de infeções respiratórias banais”, diz.

Para evitar constrangimentos nas urgências, o pneumologista apela a que os doentes que não tenham febre evitem deslocar-se a estes serviços, optando por ligar para a linha SNS 24 (808 24 24 24) para a marcação de uma consulta num centro de saúde ou num centro de atendimento clínico.

Explica que as tais infeções respiratórias “banais” são constipações que se manifestam através de sintomas como nariz obstruído, sensação de arranhar na garganta, mas “tipicamente sem febre”.

“Pessoas que não têm febre não devem procurar serviços de urgência”, afirma, acrescentando que é considerada febre uma temperatura superior a 38ºC.

Idealmente, acrescenta, estes doentes devem ficar em casa. No entanto, se tiverem de se deslocar para o exterior da sua habitação, devem utilizar uma máscara. Conselho que estende a pessoas que necessitem de se deslocar a unidades médicas, mas que não estejam doentes, de forma a evitar ser contagiadas.

“A grande afluência de doentes com infeções respiratórias banais aos hospitais vai fazer com que sejam mal atendidos, propaguem as infeções porque são fontes de contágio, e prejudica os serviços. (...) As urgências têm de continuar a funcionar para casos graves”, defende.

O pneumologista sublinha ainda a importância da vacinação contra a gripe e a covid-19, lembrando que ainda há vacinas disponíveis e “tempo” para o fazer.