O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, explica que era importante informar a ONU sobre a investigação aos comandos, porque as suspeitas estavam relacionadas com uma missão das Nações Unidas.
É a explicação de João Gomes Cravinho para a diferença de tratamento em relação ao Presidente da República, que não foi informado.
O ministro disse ainda desconhecer "a abertura de qualquer inquérito" por parte da ONU sobre a matéria ou "outros países envolvidos".
Questionado sobre se se sente confortável no seu cargo Gomes Cravinho respondeu: "Claro, absolutamente. Acho que as instituições funcionaram de forma absolutamente correta e obviamente que me dá satisfação quando vejo isso a acontecer", disse.
Gomes Cravinho diz ainda que o caso não abala a imagem das Forças Armadas.
A Polícia Judiciária (PJ) executou, esta segunda-feira, 100 mandados de busca e fez 11 detenções, incluindo militares, um advogado, um agente da PSP e um guarda da GNR, no âmbito da Operação Miríade, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.
Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais que "se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas", com vista ao branqueamento de capitais.
ESPECIAL OPERAÇÃO MIRÍADE
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