Operação Miríade

Operação Miríade: António Costa também não foi informado sobre investigação

O primeiro-ministro diz que o caso será “devidamente tratado no sítio próprio”.

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O primeiro-ministro revelou, esta quarta-feira, que não foi informado pelo ministro da Defesa sobre o caso do tráfico de diamantes por militares portugueses em missões da ONU. António Costa diz que não tinha conhecimento da situação e que, por essa razão, também não tinha como informar o Presidente da República.

“A única coisa que posso confirmar é que eu também não informei o Sr. Presidente da República pelo simples facto de que eu também não estava informado. A mim [o ministro da Defesa] não me informou de certeza. É um tema que terá que ser devidamente tratado no sítio próprio, que é em território nacional”, afirmou o primeiro-ministro.

À semelhança de António Costa, também o ministro do Negócios Estrangeiros disse esta quarta-feira que não sabia do caso, justificando que não lhe compete saber de processos judiciais. O governante indicou que se trata de "uma investigação judicial" e que em Portugal vigora "o princípio da separação de poderes".

O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, que tinha conhecimento da investigação em curso, não informou também o Presidente da República. Marcelo não sabia, já que o caso estava sob sigilo, mas tanto o Estado-Maior-General das Forças Armadas como o ministro da Defesa e a ONU foram informados do início da investigação.

OPERAÇÃO MIRÍADE

A Polícia Judiciária (PJ) executou, a 8 de novembro, 100 mandados de busca e fez 11 detenções, incluindo militares, um advogado, um agente da PSP e um guarda da GNR, no âmbito da Operação Miríade, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais que "se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas", com vista ao branqueamento de capitais.

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares portugueses em missões da ONU na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como "correios no tráfego de diamantes", adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.

ESPECIAL OPERAÇÃO MIRÍADE

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