Crise na Ucrânia

Parlamento russo aprova envio de tropas para a Crimeia

A câmara alta do parlamento russo aprovou por unanimidade o pedido de Vladimir Putin para usar as forças armadas para defender os russos e os interesses russos em qualquer parte do território ucraniano.

Tropas russas na fronteira com a Crimeia / Reuters
© Baz Ratner / Reuters

Reunido em sessão extraordinária, o Conselho da Federação (câmara alta  do parlamento) aprovou o pedido apresentado pouco antes pelo presidente  russo para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da  Ucrânia, até à normalização da situação política neste país". 

A Rússia poderá utilizar a frota do país no mar Negro, que se encontra  na Crimeia sob um acordo bilateral assinado entre Moscovo e Kiev, ou enviar  outras tropas, que estão em território russo. 

A presidente da câmara alta do parlamento russo, Valentina Matvienko,  pediu ainda à Comissão de Negócios Estrangeiros do Conselho para solicitar  a Putin que chame o embaixador russo nos Estados Unidos. 

O vice-presidente do Senado, Iuri Vorobiov, tinha defendido na reunião  a retirada do embaixador em Washington em protesto contra as declarações  do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na sexta-feira, de que "haverá  custos para qualquer intervenção militar na Ucrânia". 

Declarando a preocupação dos Estados Unidos "com os relatos de manobras  militares efetuadas pela Federação Russa dentro da Ucrânia", Obama reconheceu  que a Rússia tem interesses e laços culturais e económicos com o país vizinho,  mas considerou que qualquer violação da soberania e integridade territorial  da Ucrânia será "profundamente desestabilizadora". 

Dirigente da oposição na Ucrânia exorta Parlamento a mobilizar tropas para responder a Moscovo 

O ex-campeão mundial de boxe e dirigente da oposição  na Ucrânia Vitali Klitschko exortou hoje o parlamento a mobilizar as forças  armadas, depois da câmara alta da Rússia ter aprovado o uso de tropas no  território ucraniano. 

"O parlamento tem de pedir ao comandante-em-chefe para declarar a mobilização  nacional após o início da agressão russa contra a Ucrânia", defendeu Klitschko  numa nota. 

O ex-campeão mundial de pesos pesados, que já anunciou que será candidato  às presidenciais antecipadas de 25 de maio, lidera desde há dois anos um  dos três partidos da oposição ucraniana com representação parlamentar. 

     

Com Lusa