Ao contrário do que o Governo anunciou anteriormente, os adeptos britânicos do Chelsea e do Manchester City - os clubes que vão disputar a final da Champions, no próximo sábado, no Porto - vão poder circular pela cidade, fora da chamada “bolha de segurança”. Para Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e da Região Norte, a proibição da circulação dos turistas britânicos não era justa, uma vez que o país já abriu portas aos viajantes do Reino Unido.
“A partir do momento em que Portugal se abriu ao mercado britânico, nós começámos a receber turistas britânicos em todo o país - no norte, centro e sul. Logo no primeiro dia chegaram duas dezenas de aviões com turistas britânicos ao Algarve”, afirma em entrevista à Edição da Tarde da SIC Notícias. O presidente acrescenta que não percebe “qual é que iria ser o motivo da exceção realizada em relação ao norte”.
Luís Pedro Martins afirma ainda que seria “logisticamente impossível” fazer regressar os 12 mil adeptos no próprio dia do jogo, como tinha sido pensado inicialmente. Mas foca-se na questão que considera principal: a retoma económica da região norte.
“Para além da questão logística, outra questão importante: o porquê de o Porto e norte não poderem também ter retorno na economia devido a este evento? Na hotelaria, na restauração, no comércio, na animação turística. Sabendo nós que o setor do turismo está preparado, desde antes de terem existido as regras da DGS”, afirma.
Sobre a propagação da doença e de aumento de casos, Luís Pedro Martins admite que risco existe sempre, enquanto estivermos num contexto de pandemia.
“O risco existe sempre a partir do momento em que estamos ainda em pandemia. Aqui a decisão seria ou não ter havido público – mas era uma decisão que já tinha de ter sido feita há mais tempo. A partir do momento em que existe pública, temos de admitir o risco, mas tudo fazer para o minorar. O que nós não podemos fazer é, a partir do momento em que abrimos ao mercado britânico, uma diferença entre regiões”, reforça.
Para além disso, o presidente do Turismo do Porto e da Região Norte lembra que os adeptos têm de realizar um teste PCR à covid-19, sem o qual não poderão entrar em Portugal.
A realização da final da Champions na cidade do Porto levou a um aumento da procura no setor da hotelaria, tendo sido registada uma taxa de ocupação de 76% entre os estabelecimentos de alojamento que estão em atividade.
“Isto representou um sinal de grande esperança e nós temos dito que isto é um kick of para uma nova fase, de preferência, que nos faça regressar a tempos antes da pandemia”, concluiu.
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