O Governo vai começar a receber os partidos da esquerda e o PAN, tendo em vista o Orçamento do Estado para 2021. Ainda que António Costa tenha deixado, no debate no parlamento de "fecho para férias", a 24 de julho, o repto aos antigos parceiros para que se empenhem num acordo com o horizonte da Legislatura.
Mas no imediato, há um Orçamento que todos reconhecem que não será fácil - e tem ainda um grau de incerteza devido à evolução da pandemia - que é preciso aprovar. Depois do suplementar, no início de julho, os partidos de esquerda parecem determinados em não abrir mão de algumas reivindicações já conhecidas. A legislação laboral é uma delas. Bloco de Esquerda e PCP vão insistir no assunto. Catarina Martins foi aliás bastante clara esta quinta-feira, quando confrontada com a questão das prioridades para 2021: "é essencial mudar as leis do trabalho, porque há empresas que têm grandes dificuldades com a crise, mas há também quem aproveite a crise para abusar de quem trabalha". A coordenadora do BE já tinha sublinhado, no fim-de-semana, que outra exigência passa pelo Governo cumprir a promessa de mais contratações no SNS.
O PCP que votou contra o Suplementar, também insiste nas questões laborais. Ao que a SIC apurou, a reunião com os comunistas está "agendada para os próximos dias".
Quem vai a S. Bento na sexta-feira é o PAN. O partido de André Silva adiantou à SIC que "os contributos do PAN serão em linha com o que vimos defendendo no OE2020 e OE Suplementar". Para o PAN, "é preciso que o Governo contemple no OE 2021 sinais mais claros, mais coerentes, mais robustos e firmes de resposta à crise climática", merecendo-lhe oposição investimentos em novos aeroportos internacionais. "Mais do que nunca a 'bazuca europeia' tem de ser utilizada para efetivar a transição que há muito se impõe para modelos de desenvolvimento mais sustentáveis", refere o porta-voz.
Os Verdes também estão convocados para a ronda de reuniões, à semelhança de anteriores orçamentos.