Economia

TAP. Governo confirma que Miguel Frasquilho renunciou ao aumento salarial

Governo aprovou aumentos salariais a três elementos da administração.

Miguel Frasquilho, presidente do Conselho de Administração da TAP
Miguel Frasquilho, presidente do Conselho de Administração da TAP
ANTÓNIO COTRIM / LUSA

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, garante à SIC que "foi Miguel Frasquilho que pediu para lhe corrigirem o salário". Questionado sobre se teve ou não influência nesse pedido de Frasquilho, o ministro preferiu não comentar.

Mas a SIC sabe que antes de Frasquilho, Presidente do Conselho de Administração, abdicar do aumento, existiu um contacto do ministro que chegou mesmo a enviar-lhe uma mensagem. Depois disso, Frasquilho abdicou do aumento do salário.

Miguel Frasquilho anunciou entretanto que abdicou do acréscimo salarial de que usufruiu a partir da saída de Humberto Pedrosa, porque quer continuar a fazer parte das negociações sobre o futuro da companhia.

"Porque quero estar a participar nas conversações e negociações que serão fundamentais para o futuro da TAP de forma absolutamente tranquila e sem qualquer mediatismo associado que possa prejudicar a nossa companhia de bandeira, informo que abdiquei dessas condições com efeitos à data de 28 de outubro", lê-se num comunicado enviado à comunicação, assinado por Miguel Frasquilho.

Na mesma nota, o responsável dá conta que as mesmas condições remuneratórias do seu antecessor, Humberto Pedrosa, que renunciou aos cargos de administrador que desempenhava no Grupo TAP, passaram para si, "por força das presidências e das responsabilidades acrescidas" que assumiu.

"Não houve, assim, qualquer acréscimo de custos para a TAP por força da minha assunção destas funções", garantiu Miguel Frasquilho.

Governo aprovou aumentos salariais a elementos da administração

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Três membros do conselho de administração da TAP receberam aumentos salariais enquanto a empresa desenhava um plano de reestruturação que incluía despedimentos e redução de ordenados. As novas remunerações foram autorizadas pelo Governo.

Ramiro Sequeira passou, em setembro, a ser CEO interino da TAP e, com o novo cargo, viu o seu salário mais do que duplicado. Antes ganhava 17 mil euros, depois passou a ganhar 35 mil euros brutos por mês.

Também Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração, teve um aumento de 1.500 euros no ordenado. Assim como Alexandra Vieira Reis que, ao entrar na comissão executiva da empresa, passou a receber mais 11 mil euros por mês.

Os aumentos foram decididos pela Comissão de Vencimentos da companhia e tiveram o aval do Governo. Foram aprovados na mesma altura em que era desenhado um plano de reestruturação na companhia aérea, no qual se prevê uma redução da massa salarial do grupo em 250 a 300 milhões de euros por ano.

No documento está ainda prevista redução da frota da companhia de 108 para 88 aeronaves, assim como a diminuição do número de funcionários. O plano entregue à Comissão Europeia inclui o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.