A autorização do Ministério do Ambiente que permite a mudança de mãos de cinco barragens concessionadas à EDP ignorou um parecer que alertava para a existência de um processo judicial que pode alterar os prazos da própria concessão. Nesse parecer defendia-se a impossibilidade do negócio em nome do interesse público.
Em julho, Maria Felisbina Quadrado, a diretora de departamento da agência, deixou várias notas relevantes como: "os aproveitamentos hidroelétricos
representam muito mais que um simples negócio da energia"; a Agência Portuguesa do Ambiente não poderia estar "em condições de autorizar a transmissão (...) das barragens da EDP"; lembrou que estava "em causa o não cumprimento das medidas ambientais definidas", mas muito mais que isso havia uma questão de "interesse público" que não estava acautelada.
O despacho final do presidente da Agência Portuguesa do Ambiente faz tábua rasa do assunto. O ministro Matos Fernandes e a APA afirmam que o parecer é de julho e entretanto foram resolvidas as dúvidas. Mas não disponibilizaram o documento e muito menos a posição final da diretora de departamento que subscreveu a oposição.