Joe Berardo é suspeito de ter montado um esquema para não pagar as dívidas que tinha aos bancos. O empresário, juntamente com o advogado André Luiz Gomes, também detido, terá posto em prática um plano de reestruturações e de manobras jurídicas para evitar o reemboldso dos empréstimos concedidos pela Caixa, BCP e antigo BES.
A SIC sabe que a indiciação do Ministério Público regressa a 2004 e é a partir desse ano que o grupo Berardo passou a beneficiar de avultados financiamentos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos, antigo BES e BCP sem que, a partir de finais de 2008, houvesse uma intenção de reembolsar os bancos.
Muito pelo contrário, terão sido realizadas manobras jurídicas de forma a reestruturar esses mesmos financiamentos sem que tivesse sido avançado qualquer capital, e ainda com o objetivo de esvaziar os créditos das respetivas garantias.
A SIC sabe também que a indiciação refere que, embora a Coleção Berardo e outro património tenham sido dados com garantia para os financiamentos,
o empresário, em colaboração com outros membros da família e elementos do grupo, realizou atos e negócios jurídicos com o objetivo de esvaziar essas mesmas garantias. E por isso terão passado para outras esferas do grupo, inutilizando as garantias dos bancos credores.
Os três bancos exigem quase mil milhões de euros. Berardo é acusado de vários crimes, incluindo oito de burla qualificada.
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