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Joe Berardo terá sido aconselhado a não falar em tribunal

Processo tem 12 arguidos e há ainda cerca de 20 suspeitos ligados à banca.

O empresário Joe Berardo, acionista de referência do BCP, à chegada ao Campus de Justiça onde vai testemunhar no julgamento do processo-crime instaurado pelo Ministério Público contra quatro antigos altos quadros do BCP, 09 de janeiro de 2013
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Esta quarta-feira foi dia de Joe Berardo e o advogado André Luiz Gomes serem interrogados pelo Juiz Carlos Alexandre no tribunal. A defesa dos dois arguidos pediu tempo para consultar o processo, o que pode fazer com que o interrogatório seja adiado para quinta-feira e Berardo tenha que passar mais uma noite no estabelecimento prisional.

Entretanto, a SIC apurou que o processo tem agora 12 arguidos. Além de Joe Berardo e André Luiz Gomes, são também considerados suspeitos o antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos Carlos Santos Ferreira, Renato Berardo, filho do empresário madeirense, Sofia Catarino, vogal de várias sociedades ligadas a Berardo e ainda um gestor da Madeira.

A lista de arguidos deverá ainda aumentar. A investigação tem, entre os suspeitos, cerca de 20 pessoas ligadas à administração bancária.

Há ainda seis pessoas coletivas - sociedades ou fundações - que também foram constituídas arguidas.

Joe Berardo passou a noite e grande parte do dia numa cela de admissão do estabelecimento prisional anexo à sede da Polícia Judiciária. Foi lá que recebeu o advogado, numa primeira conversa para delinear a estratégia de defesa.

Empresário mostrou vontade de prestar declarações

A SIC sabe que Joe Berardo ainda na cela terá mostrado vontade de prestar declarações, mas terá sido aconselhado a manter-se em silêncio. A decisão final terá sido tomada já no Tribunal Central de Instrução Criminal.

O primeiro interrogatório a Joe Berardo foi deixado para lá das 16:00 porque os investigadores e o juiz Carlos Alexandre voltaram a realizar buscas na manhã desta quarta-feira, que passaram por cofres bancários.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusa falar diretamente do processo que envolve Joe Berardo, mas recorda que no Conselho das Ordens Honoríficas está em discussão a retirada do título de comendador atribuída ao empresário em 2004. Decisão pendente desde a polémica audição de Berardo, no Parlamento.

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