O percurso de Joe Berardo é marcado por negócios duvidosos e alegados esquemas para adiar o pagamento das dívidas aos bancos. E nem mesmo os acordos celebrados com o Estado escaparam à polémica. O contrato para a colocação das obras de arte no Centro Cultural de Belém é exemplo disso.
Logo na altura gerou polémica porque dava a Joe Berardo uma participação priviligiada, em que podia sempre por e dispor das obras de arte avaliadas entre os 300 e os 400 milhões de euros.
Dez anos depois, o contrato foi renovado, numa altura em que o empresário já devia quase mil milhões de euros aos bancos. À Caixa Geral de Depósitos, ao Novo Banco e ao BCP foram dados como garantia os títulos da Associação Berardo, dona dos quadros, para evitar que as obras fossem penhoradas,
Berardo convocou uma Assembleia-Geral em que, sem a presença dos bancos, aprovou um aumento de capital e diluiu a posição destas instituições como credores.
Nessa altura, já o Estado não tinha a opção de compra das obras de arte, que estava prevista no acordo inicial, assinado em 2006, mas que abdicou no novo contrato, firmado em 2016.
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