Dos cinco arguidos individuais apenas dois estão detidos, Joe Berardo e o seu advogado, André Luíz Gomes, ambos presentes esta quarta-feira ao juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).
Segundo informação veiculada pelo Conselho Superior da Magistratura (CMP) a pedido do juiz do Tribunal Central Criminal (TCIC) Carlos Alexandre, o empresário e o seu advogado de negócios vão passar a responder também por falsidade informática, falsificação, abuso de confiança qualificada e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público.
Estes crimes juntam-se aos de burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
Fora dos ilícitos imputados a Joe Berardo e a André Luíz Gomes ficou o crime de administração danosa, do qual deverá ser indiciado um dos restantes arguidos.
Foi na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos que Andre Luíz Gomez deixou de ser um ilustre desconhecido da maioria dos portugueses. Contestou perguntas, argumentou com os deputados, ditou respostas, controlou os ânimos e amparou as reações de Joe Berardo.
Quem o conhece diz que gosta de dar nas vistas, no meio jurídico e financeiro, reconhecem-lhe o talento. Tem fama de ser polémico, impetuoso e aguerrido.
Conheceu Joe Berardo, cliente, no início dos anos 90.
André Luíz Gomes chegou a ser administrador não executivo do BCP quando Berardo ainda era acionista.
O Ministério Público suspeita que terá ajudado o empresário madeirense a arquitetar o esquema usado para burlar a Caixa Geral de Depósitos.
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