Economia

Entrevista SIC Notícias

"A eletricidade vai baixar para as famílias portuguesas em 2022"

Garantia é dada pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, na Edição da Noite da SIC Notícias.

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Na Edição da Noite desta sexta-feira, na SIC Notícias, o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, diz que o custo da eletricidade para as famílias portuguesas irá baixar em 2022, referindo, também, que a indústria portuguesa sairá beneficiada.

Para o secretário de Estado, a redução do preço da eletricidade "é determinante para a recuperação da economia portuguesa, para o rendimento das famílias e para a capacidade que a indústria portuguesa tem, num cenário pós-pandémico, de recuperar".

"Os resultados hoje [sexta-feira] anunciados são da maior importância. Apesar do alarmismo dos últimos tempos, as famílias portuguesas terão uma boa notícia. No dia 1 de janeiro, as tarifas vão baixar 3,4% face aos valores que vigoram, e a indústria portuguesa terá, nas tarifas de acesso às redes, uma descida de 94%. É a maior descida de sempre", aponta João Galambra.

Galamba refere que as tarifas de acesso às redes beneficiam todos os consumidores de eletricidade, visto que se aplicam, tanto ao mercado regulado, como ao mercado liberalizado.

Também a indústria portuguesa, de acordo com o secretário de Estado Adjunto e da Energia, será beneficiada.

"Ficamos muito satisfeitos com os resultados porque isto significa que a indústria portuguesa não perderá competitividade."

Mas, novamente, o socialista revela satisfação pelo impacto desta medida nos agregados familiares.

"Para as famílias portuguesas, o que isto significa é que, num contexto de enorme subida - é preciso não esquecer que o mercado grossista da eletricidade subiu mais de 200% -, a eletricidade vai baixar em 2022"

Contudo, para as famílias portuguesas que estão no mercado liberalizado, o secretário de Estado diz que "não conseguimos dizer o que vai acontecer, pois depende da oferta".

"Tradicionalmente, o mercado liberalizado tem ofertas mais competitivas que o mercado regulado. Se tudo se mantiver dentro de uma certa normalidade, esta descida de 3,4% no mercado regulado para as famílias traduzir-se-á numa descida semelhante, ou até melhor, no mercado liberalizado", diz João Galamba.

No entanto, é deixada a garantia de que "ninguém poderá ficar pior porque, no limite, quem quiser pode mudar para o mercado regulado, sem custos", relembrando que "nos mercados internacionais, vivemos a maior subida dos custos da energia desde a crise do petróleo dos anos 70", o que destaca como fator para valorizar a medida para a energia.

De acordo com João Galamba, "a indústria portuguesa está satisfeita com esta redução nas tarifas de acesso à rede".

"A médio e longo prazo, a melhor solução para a indústria portuguesa é acelerar, significativamente, a incorporação de renováveis no nosso sistema energético em geral, e não apenas na eletricidade, e portanto, temos um conjunto de medidas para que a indústria possa descarbonizar mais rápido, possa apostar em renováveis mais rápido, e o PRR também está aí para ajudar a indústria portuguesa a fazê-lo", diz o socialista.

Já relativamente ao tópico do aumento do custo do gasóleo e da gasolina, a decisão do Governo, de acordo com o secretário de Estado, é a de não lucrar com a subida do preço dos combustíveis.

"A subida do petróleo é um fator que o país não controla e que terá sempre um impacto negativo na subida dos custos. O que o Governo disse hoje é que não queria lucrar com a subida dos combustíveis. Não é por qualquer razão fiscal, ou de arrecadação de impostos, que os combustíveis irão subir", sublinha.

João Galamba termina defendendo que "a eletrificação é rumo para reduzir custos energéticos do país, bem como a incorporação das renováveis, e é isso que o Governo está a fazer".

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