Economia

Crédito à habitação: Associação de Bancos defende contenção nas medidas

Audição no Parlamento sobre a subida das prestações no crédito para aquisição de habitação.

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Ao contrário do que diz a Deco, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos entende que já existem formas de suavizar o peso das prestações do crédito nas famílias.

Vítor Bento defende contenção nas medidas para que não deem mau resultado.

A associação Deco defendeu esta quarta-feira, no Parlamento, que é preciso lançar uma linha de financiamento de crédito à habitação para famílias em vulnerabilidade económica, face à subida dos juros, e que a banca deve ser obrigada a renegociar créditos.

"O PARI [plano de ação para o risco de incumprimento] é uma boa medida [que obriga a banca a fazer avaliação de alguns créditos] mas neste momento exigem-se medidas extraordinárias", defendeu a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco - Associação para a Defesa do Consumidor, Natália Nunes, numa audição no parlamento a requerimento do PSD, sobre a subida das prestações no crédito para aquisição de habitação.

O aumento dos preços e prestação de créditos são uma preocupação para a associação, disse a responsável, salientando que desde setembro a Deco tem recebido pedidos de famílias vulneráveis que temem não conseguir continuar a cumprir o pagamento dos créditos, face à subida das taxas de juros.

"Quem pede ajuda tem cinco créditos", disse, destacando que as famílias que pedem ajuda têm, em média, uma taxa de esforço de 70% só relativa a crédito à habitação, cartões de crédito e crédito ao consumo.

Muitas famílias ainda não estão em incumprimento do crédito à habitação, porque estão a recorrer às poupanças que amealharam durante a pandemia da covid19, segundo a Deco, que defendeu também que fosse criada a impenhorabilidade da casa de morada de família.